23 de julho de 2011

Três ótimas dicas para crianças

Depois de ler um livro tão tenso quanto A Divina Comédia e por estar aproveitando bastante os eventos do 24º Inverno Cultural da UFSJ, decidi não me envolver com leituras que tomassem muito do meu tempo ou que exigisse muito de mim. Mas como não consigo ficar sem ler, resolvi me entregar a livros infantis que andei adquirindo em sebos e ainda estavam à espera de serem lidos. Por isso resolvi postar aqui três ótimas dicas de leitura para crianças. 

O espírito do Sol
O livro narra uma aventura em pleno sertão do Brasil. Ao completar 15 anos, Bueninho decide partir de São Paulo para o sertão de Góiais em busca do pai que não dá notícias a 1 ano. Em seu caminho, encontra bons amigos que decidem ajudá-lo nessa difícil missão. Adoro a maneira como Ofélia Fontes (neste sem a parceria de Nalbal) fala sobre a vida do povo brasileiro que desbravaram os sertões do Brasil em busca de riquezas. Uma aventura que além de divertir as crianças, também ensina.

O mistério da fábrica de livros
Através de Laurinha e com um jeito bem espontâneo e simples, Pedro Bandeira revela todos os passos para a produção de um livro, desde o corte do eucalipto para a fabricação do papel até o livro pronto para distribuição. Bem, para mim não foi nenhuma grande descoberta pois conheço bem todos os processos gráficos e talvez por isso mesmo o livro tenha me encantado tanto. Foi como se eu também fizesse parte da aventura de Laurinha e pudesse sentir a admiração dela por um trabalho desconhecido da maioria das pessoas. Um livro indicado não só para crianças, mas também, para todos que têm curiosidade sobre a produção de um livro.

É proibido miar
Que Pedro Bandeira é um dos melhores autores infanto-juvenis eu já sabia, mas ao ler "É Proibido Miar", descobri que o autor sabe, e muito bem, escrever para crianças também. Enquanto narra as aventuras de um cachorrinho chamado Bingo ao ser rejeitado por agir diferente do que se espera de um cachorro, o autor demonstra o quanto podemos ser irracionais ao nos deixarmos levar pelo preconceito. Ótimo livro que além de contruibui na formação moral das crianças, diverte e desperta o gosto pela leitura. 

20 de julho de 2011

A Divina Comédia

Não tenho intensão de discutir um clássico consagrado ou entrar em méritos literários, pretendo apenas expor aqui as sensações e impressões que a leitura me trouxe. Assim como em certa época sentimos a necessidade de avaliarmos o que fizemos de nossas vidas desde que tomamos consciência de que temos caminhos a escolher, Dante atráves de sua narrativa, dá ao personagem a oportunidade de rever sua vida antes que seus atos determinem sua eternidade. Guiado pelo poeta Virgílio, Dante caminha pelo inferno e narra com tamanho apuro e detalhes os sofrimentos daqueles que lá estão, que cheguei a me sentir angustiada não só durante a leitura, mas pelo tempo (dias) em que ela durou. Depois da intensidade do inferno, chegar ao purgatório me fez sentir "quase" que no céu pois a "esperança" é de novo motor que trás alívio à caminhada. Ao chegar ao céu, Dante recebe como guia, Elizabeth, seu grande amor e tem a oportunidade de se ver diante da maior vitória que o ser humano pode almejar. Na verdade achei o céu um tanto burocrático, muito divididinho, como se os bons não tivessem sidos bons o suficiente e fiquei com a sensação de que mesmo estando no céu, Deus ainda era alguém muito distante. Claro que tudo não passa da fantástica imaginação criativa de Dante, mas com certeza é uma leitura que incomoda tantos aos mais crentes quanto aos céticos. Muito do livro tem um apelo político pois Dante dá nomes a pessoas reais e as descreve hora castigadas no inferno, hora em busca da salvação ainda distante mais possível e bem poucos no céu. Como a linguagem é bem complexa e cheia de fatos que exigem notas de rodapé para que haja entendimento, a leitura é lenta e mesmo cansativa, mas vale a pena a experiência de conhecer uma obra que vem inspirando artistas há mais de 700 anos.