18 de março de 2010

Um livro que a muito me assombrava

Depois de 2 tentativas frustradas, finalmente consegui chegar ao final. O livro vale para quem gosta de estórias cotidianas e sem grandes motivações. Um dia depois do outro e a natureza humana exposta de forma fria e cruel. Uma das lições que se pode tirar do livro é de que no final os maus triunfaram. O livro foi assim desde o início, não havia compaixão, nem moral e muito menos respeito pelo próximo. Não consegui destacar um único personagem que não tenha se tornado ainda mais miserável durante a narrativa. Aqueles que não seguiam o caminho da desonestidade se tornavam ainda mais pobres materialmente, enquanto que aqueles que progrediam na vida, se tornavam cada vez mais miseráveis moral e humanamente falando.

Muito se tem comparado o "cortiço" com as favelas dos dias atuais, até concordo no que diz respeito a falta de oportunidade e bens materiais, mas não acredito que a miséria material seja responsável pela miséria moral, nas favelas existem sim bandidos, mais a grande maioria são pessoas honestas e trabalhadoras. A falta de moral e escrúpulos podem ser encontrados tanto em uma favela como em um condomínio de luxo. Achei uma visão muito preconceituosa do autor, ao retratar o cortiço como local não de pobreza material, mais sim de pobreza moral. O final tentou chocar, mas uma vez que todo o livro é composto de pequenas estórias cotidianas, foi previsível e vazio; terminei aliviada em me ver livre de um livro que a muito me assombrava.

15 de março de 2010

Dica para catalogar livros

Para quem adora colecionar existe sempre o desejo de poder catalogar cada livro e assim saber quando e onde foi adquirido, se foi comprado, trocado ou presente. Sempre adorei organizar meus livros, assim, antes de ter acesso ao computador, mantinha um catálogo em um velho caderninho mesmo. Mas hoje em dia e já com tantos livros a informática possibilita mais agilidade e melhor controle. Testei alguns programas mas a maioria em inglês, o que dificulta da catalogação, então descobri o Mini Biblio, é um programa nacional e grátis que tenho usado há uns 3 anos. Sua interfase não é muito bonita, mas é simples e eficiente, permitindo uma fácil catalogação, inclusive com controle de empréstimo, depois dele não perdi mais nenhum dos meus livritos. Ah, nem precisa procurará-lo no baixaki, não vai encontrá-lo. Para que quiser baixar é só acessa  http://www.athenas.com.br/athenas/site/   vale lembrar que não consegui acessar pelo firefox, então use o Internet explorer.

14 de março de 2010

Mulheres as vezes são mais que só coração

Depois de conhecer Helena, a mais pura representação da alma romântica, eis que me aparece Guiomar, jovem fria e ambiciosa, onde o sentimento parece não tocar o coração, mesmo que este esteja humilhado a seus pés.Essa foi minha primeira impressão da personagem, mas no desenrolar da estória pude perceber a clara diferença entre os três pretendentes que disputavam seu amor e não foi com admiração que pude entender o porque de sua escolha. Um sonhador que acreditava que seu amor era suficiente para ser amado; um rico herdeiro que gastava a vida com futilidades e um jovem que acredita em sim mesmo e buscava com seus próprios esforços alcançar o sucesso e o reconhecimento. Todos a vêem como a mulher ambiciosa que pretendia pelo casamento alcançar riqueza e status. Mas discordo um pouco dessa análise pois não apenas o escolhido lhe traria luxo, uma vida confortável e segura, a verdade é que Guiomar procurava mais que isso, ela precisava admirar o homem a quem se entregar, e apenas um dos pretendentes poderia despertar tal sentimento, pois também tinha o mesmo pensamento. Mas não creio que nesse caso a ambição seja um crime, uma vez que o que foi almejado e conseguido, tenha sido sem prejuízo de outros. Particularmente, para amar uma pessoa, antes de tudo preciso admirá-la, não basta que esta me ame, Guiomar era assim, a "razão antes do coração", mas ainda que esteja em segundo plano, o coração também tem seu peso na decisão, o difícil é conseguir atender os dois na vida real.

13 de março de 2010

Um grande prazer que deveria ter desfrutado a mais tempo

Segundo livro de Machado que leio, e terminei o livro com uma grande satisfação pois este tirou a primeira impressão que tive ao ler "Memórias Póstumas de Brás Cubas". Diferente da personagem Virgília, de quem senti repulsa (acho que não escolhi um bom momento para conhecê-la), Helena é a mulher que nos arrebata com a alma. Forte e convicta, é capaz de levar às últimas consequencias um erro, mesmo que esse não tenha sido premeditado. Estácio é daqueles homens que nos mulheres "imaginamos" existir, ainda hoje, em pleno século XXI. Dificilmente encontraremos uma "Helena" nos dias de hoje, mas foi um grande prazer conhecer uma figura apaixonante e tão intensa em seus sentimentos e convicções.

E mais uma vez não consegui deixar minha veia "detetivesca" de lado e pude antever a revelação do segredo de Helena, mas Machado me surpreendeu com o final, bem diferente do que se imagina quando o mistério é esclarecido. A quem ainda não conhece Machado de Assis, este romance poderá ser um bom começo.