21 de setembro de 2011

O último caso de Trent

Em O último caso de Trent encontrei um romance policial diferente do que estou acostumada a ler. Philip Trent, é na verdade um pintor de quadros bem conceituado, mas um grande poder de percebção e muito entusiasmo, acabam por transformá-lo em um detetive amador que trabalha como correspondente investigativo para um jornal. O Crime parece perfeito, ou mesmo um suicidio. Scotland Yard pouco caminha na investigação e Trent acredita ter desvendado o crime, mas um envolvimento com alguém próximo à vítima o impede de enviar ao jornal ou à polícia o resultado de suas descobertas. A história se desenrola de forma a nos permitir tirar nossas próprias conclusões e fazer suposições. Por várias vezes acreditei estar certa sobre a identidade do assassino; tinha o motivo e a oportunidade, mas faltava algo para o encaixe perfeito... faltava o "acaso". E foi ele quem me tirou da pista certa, assim como ao próprio Trent, o que foi um diferencial no livro e muito me agradou. Enfim, uma ótima história policial recheada de boas surpresas.

14 de setembro de 2011

O Homem que confundiu seu trabalho com a vida

Que o trabalho é importante e nos valoriza perante a sociedade, todos sabemos, mas o que muitas vezes não percebemos, é como ele pode se tornar um vilão à medida que nos absorve tanto ao ponto de não nos interessarmos por mais nada que não o envolva. Jonathon Lazear narra de forma prática como se descobriu um "viciado em trabalho" e como tem procurado mudar hábitos e ideias pré-definidas de como devemos nos postar em relação à trabalho, família, amigos e nós mesmos. Me encontrei em muitos trechos do livro, em alguns já tinha plena consciência de meus excessos e em outros que ainda me pareciam apenas "responsabilidade" me descobri agindo em função de algo bem menor do que imaginava. Não se trata de um livro de auto-ajuda, nem lhe dará todas as respostas esperadas, mas com certeza servirá de alerta, pois ao lê-lo, nos obrigamos a responder questões que ignoramos totalmente ou fingimos ignorar. Um bom livro para quem já está no mercado de trabalho há tempos e também para aqueles que estão chegando agora ávidos por um lugar ao sol.

2 de setembro de 2011

Atentado em Itaipu

E se Itaipu, a maior usina hidrelétrica do mundo, se rompesse? Quais seriam as consequências? Muitas mortes e uma delicada situação diplomática entre Brasil, Paraguai e Argentina. Acostumados a ler sobre atentados terroristas em várias partes do mundo, temos sempre a impressão de que o Brasil está resguardado dessa ameaça. Mas Martins de Oliveira foi além e criou uma estória onde terroristas dispostos a promover uma guerra entre Brasil e Argentina e um grupo esquerdista interessado em promover a morte do presidente brasileiro para eviterem as eleições diretas têm, de forma irônica, seus destinos cruzados na represa de Itaipu. O autor explorou bem a situação política do Brasil na época da inauguração da usina e desenvolveu uma ficção que bem poderia ter sido verdade. O final me surpreendeu ao ponto de me fazer conferir se o livro não estava faltando página, fugindo completamente do obvio. 

1 de setembro de 2011

O Homem das Profundezas

Após sofrer um grave acidente que o deforma fisicamente, Colin se isola da convivência social e começa a se sentir cada vez mais só. Ao se questionar se ainda há lugar para ele sobre a terra, vaga inconformado entre as sombras de uma terra cada vez mais poluida. Através de uma amizade com uma foca, ser que demostra total integração com o mar, sente o desejo de se libertar da vida sobre a terra e se integrar também a ele. Para isso, pesquisa intensamente e constroi um aparelho que o permite passar a viver no mundo submarino. No decorrer dessa adaptação, Colin começa a perceber e a sentir o que o mar pode oferecer e o que irá cobrar para aceitá-lo em seu meio. A sinopse sugere um tanto de Jacques Cousteau e outro tanto de Julio Verne, mas apesar da idéia ser bem interessante e a descrição da vida marinha rica, comparar o autor a Julio Verne, chega a ser absurdo, tanto pelos conhecimentos científicos quanto pelo processo narrativo. O livro até te prende, é de fácil leitura, mas não espere demais; tudo acontece sem maiores explicações, como por exemplo, como ele conseguiu criar o aparelho que o permitiu ir para o mar ou como ocorreu de fato sua integração à vida marinha. O tempo deveria ser algo importante ao se desenvolver uma estória de "adaptação ao ambiente", mas o autor ignora isso e deixa muitas lacunas para quem está acostumado à ficção de Verne.