4 de fevereiro de 2012

Outra volta do Parafuso

Este é acima de tudo, um livro que lhe permite uma interpretação própria. Duas crianças, uma governanta, uma empregada viva e dois mortos. O enredo começa de forma instigante, a leitura de manuscritos de uma história "real" vivida na juventude da narradora. O diferencial é que o que parece ser "real" para a governanta, pode não passar de terror imaginário. A leitura é por vezes morosa, mas a expectativa em relação às apararições faz com que os capítulos sejam vencidos sem grandes dificuldades. O autor nos leva a questionamentos sobre a inocência das crianças, a complacencia da empregada e a sanidade da governanta. A ambientação é fantástica, cheguei a sentir o cheiro da casa e o frio da água do lago. O resultado de tudo isso, é um livro de terror muito bem escrito, que te deixa numa constante expectativa sobre a verdade sobre as aparições dos fantasmas dos dois antigos empregados mortos em circunstâncias não explicadas. Para ser lido com a mente aberta e o espítito alerta.

Ágape

Este é um livro que senti a necessidade de avaliar de 3 pontos de vistas: pelo tema, pelo autor e pelo conteúdo. O tema é maravilhoso, Ágape, o amor incondicional, por isso a base do livro são trechos do Evangelho do Apóstolo João, aquele que mais falou sobre o "amor" dentre todos os apóstolos. Sobre o autor, esperava um pouco mais, fiquei com a sensação de que Padre Marcelo fez um apanhado de sermões dominicais e encadernou. Não vi em sua dissertação, nada que troxesse profunda reflexão ou um novo ponto de vista, mas com certeza para quem não tem o "hábito" de frequentar as celebrações dominicais, trará muita luz sobre leituras que nos dias atuais, acabam por se perderem. E por último o que posso dizer do conteúdo é que foi muito bem escolhido, tanto as passagens do Evangelho, quanto os exemplos de personalidades como Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce, que foram capazas de uma entrega tão grande ao próximo justamente por acreditarem e saberem viver o amor em toda a sua plenitude. Uma leitura agradável, mesmo sem grandes revelações ou grande aprofundamento.

A Câmara de Gás

Um livro em que a história se desenrolar em pouco mais de 30 dias, mas se prolonga como se durasse bem mais. Isso se deve à grande quantidade de detalhes jurídicos, frutos de um intenso trabalho de pesquisa do autor para que vivênciassemos junto ao acusado e seu advogado, cada minuto da luta pela anulação de uma sentença de morte. Mesmo contendo muitos detalhes, o texto não se torna morno ou cansativo pois o autor cita leis e procedimentos de forma que, mesmo sem qualquer conhecimento jurídico, possamos acompanhar o desenrolar do caso. Sam Caythall, conhecido membro do Ku-Klux-Klan é condenado à morte 13 anos depois de ser considerado inocente nos 2 julgamentos anteriores. Quando se vê finalmente às portas da morte, seu neto, o jovem advogado Adam Hall, entra em cena em uma desesperada luta para salvar o avô. Mas essa luta revela não só fatos obscuros da vida do avó, mas todo um drama de uma família quase maldita, o que faz com que ente em contradição sobre o que acredita sobre culpa, punição e justiça. Apesar de ser apenas uma ficção, John Grisham faz com que sintamos toda a angustia que ronda o "corredor da morte" e nos faz pensar o tempo todo, sobre o "direito" à vida, mostrando o lado das vítimas, da lei, e do condenado. O final pode ou não agradar o leitor, mas independente disso, lhe fará refletir sobre questões como direitos, leis, crueldade, respeito e fé.