Depois de conhecer Helena, a mais pura representação da alma romântica, eis que me aparece Guiomar, jovem fria e ambiciosa, onde o sentimento parece não tocar o coração, mesmo que este esteja humilhado a seus pés.Essa foi minha primeira impressão da personagem, mas no desenrolar da estória pude perceber a clara diferença entre os três pretendentes que disputavam seu amor e não foi com admiração que pude entender o porque de sua escolha. Um sonhador que acreditava que seu amor era suficiente para ser amado; um rico herdeiro que gastava a vida com futilidades e um jovem que acredita em sim mesmo e buscava com seus próprios esforços alcançar o sucesso e o reconhecimento. Todos a vêem como a mulher ambiciosa que pretendia pelo casamento alcançar riqueza e status. Mas discordo um pouco dessa análise pois não apenas o escolhido lhe traria luxo, uma vida confortável e segura, a verdade é que Guiomar procurava mais que isso, ela precisava admirar o homem a quem se entregar, e apenas um dos pretendentes poderia despertar tal sentimento, pois também tinha o mesmo pensamento. Mas não creio que nesse caso a ambição seja um crime, uma vez que o que foi almejado e conseguido, tenha sido sem prejuízo de outros. Particularmente, para amar uma pessoa, antes de tudo preciso admirá-la, não basta que esta me ame, Guiomar era assim, a "razão antes do coração", mas ainda que esteja em segundo plano, o coração também tem seu peso na decisão, o difícil é conseguir atender os dois na vida real.
Um encontro em Paris - Júlia Macedo
Há uma semana
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