18 de março de 2010

Um livro que a muito me assombrava

Depois de 2 tentativas frustradas, finalmente consegui chegar ao final. O livro vale para quem gosta de estórias cotidianas e sem grandes motivações. Um dia depois do outro e a natureza humana exposta de forma fria e cruel. Uma das lições que se pode tirar do livro é de que no final os maus triunfaram. O livro foi assim desde o início, não havia compaixão, nem moral e muito menos respeito pelo próximo. Não consegui destacar um único personagem que não tenha se tornado ainda mais miserável durante a narrativa. Aqueles que não seguiam o caminho da desonestidade se tornavam ainda mais pobres materialmente, enquanto que aqueles que progrediam na vida, se tornavam cada vez mais miseráveis moral e humanamente falando.

Muito se tem comparado o "cortiço" com as favelas dos dias atuais, até concordo no que diz respeito a falta de oportunidade e bens materiais, mas não acredito que a miséria material seja responsável pela miséria moral, nas favelas existem sim bandidos, mais a grande maioria são pessoas honestas e trabalhadoras. A falta de moral e escrúpulos podem ser encontrados tanto em uma favela como em um condomínio de luxo. Achei uma visão muito preconceituosa do autor, ao retratar o cortiço como local não de pobreza material, mais sim de pobreza moral. O final tentou chocar, mas uma vez que todo o livro é composto de pequenas estórias cotidianas, foi previsível e vazio; terminei aliviada em me ver livre de um livro que a muito me assombrava.

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