Não mais me deitar no feno perfumado ou deslizar na neve deserta.
Onde eu exatamente me encontro?
O que me surpreende é a impressão de não ter envelhecido, embora eu esteja instalada na velhice.
O tempo é irrealizável.
Provisoriamente o tempo parou para mim.
Provisoriamente.
Mas eu não ignoro as ameaças que o futuro encerra, como também não ignoro que é o meu passado que define a minha abertura para o futuro.
O meu passado é a referência que me projeta e que eu devo ultrapassar.
Portanto, ao meu passado, eu devo o meu saber e a minha ignorância, as minha necessidades, as minhas relações, a minha cultura e o meu corpo.
Hoje, que espaço o meu passado deixa para a minha liberdade hoje? Não sou escrava dele.
O que eu sempre quis foi comunicar unicamente da maneira mais direta o sabor da minha vida. Unicamente o sabor da minha vida.
Acredito que eu consegui fazê-lo.
Vivi num mundo de homens, guardando em mim o melhor da minha feminilidade.
Não desejei e nem desejo nada mais do que viver sem tempos mortos.

Simone de Beauvoir
pensador.info


30 de dezembro de 2005

Lidos em 1991

1991 foi um ano bom, sem grandes surpresas, leitura na maioria exigida em sala de aula, o que para mim nunca foi sacrifício. 

  • Apesar de ter gostado de todos, destaquei Larissa como melhor do ano pois é o livro, dentre esses, de que me lembro com mais carinho até hoje.  O livro trás o tema ecologia, muito discutido na época que o li, tratado por um dos melhores autores de livros para "garotas adolescentes" do país, Ganymedes José.

Nenhum comentário:

Postar um comentário