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Livro sobre Aleijadinho |
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Toninho Almada/Jornal Hoje em Dia |
Apesar desse ser um cantinho dedicado aos livros, hoje abro aqui um parêntese para comentar o lamentável do incêndio ocorrido em Congonhas aqui em Minas Gerais. Se bem que não estarei fugindo muito do tema pois o sinistro ocorreu em dois casarios bem próximos às Capelas dos Passos onde estão as esculturas em cedro de Aleijadinho, com pintura de Mestre Ataíde e esse era justamente o assunto do livro que terminei de ler ontem a noite. É inaceitável que Congonhas não tenha ainda, nem que seja, uma equipe de Bombeiros voluntários, já que esperar que o governo tome as providências parece que é esperar demais. Aqui em São João del-Rei, também uma cidade histórica, foi a mesma coisa, em 2005 um incêndio destruiu o casarão onde nasceu nosso Presidente Tancredo Neves e só então uma guarnição do Corpo de Bombeiros foi instalada. Espero que antes que aconteça o pior, se tome as providencias necessárias para resguardar as obras de Aleijadinho e Mestre Ataíde. Em 2009, quando estive em Congonhas, as imagens da Paixão estavam sendo restauradas, o que já é um começo, mas a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, também nessa cidade, me causou pena e revolta pois estava abandonada. Havia lugares nas pilastras que seguram o coro onde eu poderia colocar minha mão inteira. No livro que acabei de ler, na verdade uma reunião de estudos publicados sobre o artista, sua obra dos Passos da Paixão e os Profetas da escadaria do Santuário de Matosinhos foram exploradas de várias formas, algumas exaltando a genialidade do artista, outras questionando as peças realmente executadas por ele e àquelas onde os "oficiais" de seu atelier poderiam ter sido os responsáveis. De toda forma, Alejadinho ainda é uma figura pouco valorizada por nós brasileiros, apesar de já ter sido considerado a maior artista das Américas.
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Janela lateral da Igreja de São José - Ouro Preto |
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Janela lateral da Igreja de São José - Ouro Preto |
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Porta frontal da Igreja de São José - Ouro Preto |
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Mato toma conta de terraço da Igreja de São José - Ouro Preto |
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Túmulo do escritor Bernardo Guimarães - Igreja de São José - Ouro Preto |
Ainda sobre o descaso com nosso patrimônio cultural e arquitetônico, pude perceber que apesar de ser tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade, em Ouro Preto, onde estive recentemente, nem tudo tem recebido a devida atenção, as principais Igrejas como Carmo e São Francisco estão bem conservadas, a Matriz do Pilar e a Igreja das Mercês e Perdões (Mercês de baixo) estão sendo restauradas, mas fiquei indignada com o abandono em que se encontra a Igreja de São José. Pixações em toda a portada principal, janelas quebradas, mato por todo lado, inclusive no pequeno terraço da torre. É no pequeno cemitério desta igreja, que se encontra o túmulo de um dos meus escritores preferidos, Bernardo Guimarães. Apesar da placa explicativa na frente da mesma, já também pixada, seu túmulo, ainda que majestoso, me pareceu pouco visitado pelos turistas que parecem não saberem da importancia do autor na literatura brasileira.
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Igreja Nossa Senhora dos Anjos em Mariana |
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Igreja Nossa Senhora das Mercês em Mariana |
Mariana também teve altos e baixos na conservação de seu patrimônio, a cidade mais antiga de Minas Gerais conserva muito bem suas principais igrejas, Catedral da Sé, São Pedro dos Cléricos, São Francisco e Carmo (essa também atingida por um incêndio em 1999 e teve várias imagens dos séculos XVII e XVIII e a belíssima pintura do teto destruidos pelo fogo. Mas as Igrejas da Mercês e Nossa Senhora dos Anjos parecem abandonadas, pelo menos externamente pois essas se encontrava fechadas. Já a bela Igreja do Rosário está sendo reformada.
A última vez que estive na vizinha Tiradentes, a Igreja de São João Evangelista estava também abandonada, e pensar que ela fica ao lado da Casa do Inconfidente Padre Toledo (hoje um museu), mas tive recentes notícias de sua reforma.
Felizmente aqui em São João del-Rei, nossa Igrejas estão bem cuidadas interna e externamente. Mas como toda regra tem excessão, não posso deixar de falar da pequena Matriz do Senhor Bom Jesus do Monte que apesar da pintura externa feita recentemente para os festejos do Padroeiro, seu interior está precisando de uma reforma urgente. Enfim, como uma apaixonada pela arquitetura barroca, pela cultura e história das Minas Gerais, amo ler sobre o tema e não podia deixar de postar minha indignação com as autoridades que permitem que perdas como essa de Congonhas ainda aconteçam nos dias de hoje. Que o fato sirva de alerta não só às autoridades públicas dessa importante cidade, mas de todas as cidades quem têm ainda um lindo passado a nos mostrar.
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