9 de junho de 2011

O mal tão claro que nos custa acreditar

Diário do Farol é meu primeiro contato com João Ubaldo Ribeiro e o que encontrei foi um texto intenso, escrito na primeira pessoa; o que me deu a impressão de que não estava lendo e sim "ouvindo" a história. Ubaldo nos coloca frente a um padre, já em idade avançada, que após vingar-se de todos aqueles que acreditava terem-no ferido, resolve se isolar em uma ilha e, sem pretenções literárias, relatar com exagerada arrogancia, seus feitos crueis e desumanos. Em uma realidade fria e dissimulada, ele usa as agressões sofridas na infância como justificativa para as maldades praticadas. Assim, acompanhamos a mente de um pisicopata ardiloso que desde o ínicio da adolescência, ainda no seminário, aprende a usar contra quem quer que seja, o que sabe ou vê para alcançar seus objetivos. Movido pelo desejo de vingança, seu grande propósito é matar o pai, a quem acusa pela morte da mãe ainda em sua infância. Mas para chegar até o fato consumado, outras mortes tão ou mais crueis ocorrem, enquanto que, com sabedoria e dissimulação, conquista cada vez mais a admiração e o respeito de todos. Como diferencial, destaco passagens onde o narrador menospreza o leitor, como se estivesse nos desafiando, provocando e ao mesmo tempo, nos instigando a admirá-lo.

Um comentário:

  1. Amiga vc já terminou foi =)
    Adorei sua resenha. Sim já recebi sua carta viu, ainda não vi o dvd mas assim que eu ver te falo o que achei viu!!!!
    bjos e bom fim de semana!!!!

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